Idosos discutem problemas da Terceira Idade

Cerca de meia centena de idosos do Grupo Sénior Tradições da Junta de Freguesia de São Sebastião (JFSS) e utentes do Centro Comunitário de S. Sebastião participaram numa tertúlia, que se realizou no dia 8 de fevereiro, no auditório Germano dos Santos Madeira, onde debateram as problemáticas que afetam a Terceira Idade.

Na iniciativa, incluída num ciclo de tertúlias organizado pelo ICE – Instituto das Comunidades Educativas, com o apoio da Cruz Vermelha, os idosos falaram abertamente sobre as suas próprias problemáticas, dilemas e aspirações.

A falta de boas alternativas às residências sénior (lares) foi um dos temas mais discutidos, tendo sido unanime a conclusão de que estas respostas sociais são, regra geral, “demasiado caras”, tendo em conta os valores das pensões de reforma. O “direito à escolha”, neste âmbito, foi vincado pelos seniores, dado que alguns preferem permanecer nas suas casas, contando com “acompanhamento” e “apoio domiciliário”.

Uma das soluções apontadas para quem não quer, ou não pode, viver numa residência sénior, foi o voluntariado jovem, dando como exemplo projetos internacionais em curso, nos quais jovens estudantes são acolhidos em lares sénior. Não pagam a estadia, ajudam nas tarefas e fazem companhia aos idosos, promovendo também as relações intergeracionais.

Inerente às questões do envelhecimento está a problemática da solidão e do isolamento, sentida por muitos idosos, aliada a um afastamento, ou mesmo abandono, por parte dos seus familiares. Neste aspeto, os mais velhos enaltecem a importância de instituições que promovem o envelhecimento ativo, tal como foi expressado por uma participante do Grupo Sénior Tradições da JFSS. “Aqui reencontrei forças!”, afirmou, após ter sofrido, durante vários anos, devido a doenças cancerígenas que acometeram a filha e o marido.

A importância de uma boa rede de vizinhança foi outro dos temas abordados no encontro, tendo os participantes relatado vários casos de bons exemplos de vizinhos que estão atentos e à distância de uma chamada telefónica, o que incute um sentimento de segurança a quem vive sozinho.

As problemáticas abordadas vão ser apresentadas no 2º Congresso Distrital da Anciania, promovido pelo ICE, com data marcada para 27 de abril, e transmitidas a várias instituições e Grupos Parlamentares.  “Queremos olhar para a velhice com valor, porque as pessoas envelhecem e devem continuar a ser bem tratadas. Vamos levar estas preocupações a quem tem poder de decisão”, explicou Manuela Correia, membro da direção do ICE que, em conjunto com Fátima Henriques, voluntária da delegação de Setúbal da Cruz Vermelha, conduziram a tertúlia.

O objetivo último é a criação de legislação que seja facilitadora da cidadania dos idosos e que assuma as especificidades desta faixa etária, proporcionando alternativas que promovam a sua felicidade e qualidade de vida.

 

 

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