Círio fluvial atrai multidão às margens do Sado

A chegada de cerca de duas centenas de barcos de pesca e recreio engalanados, vindos da Caldeira de Troia, foi aguardada, esta segunda-feira, por milhares de pessoas ao longo da zona ribeirinha de Setúbal, desde o Hospital do Outão até ao Cais 3.

Ponto alto da festa dos pescadores, a procissão fluvial, que trouxe de volta à cidade a imagem de Nª Srª do Rosário de Troia e dos restantes oito santos, partiu de Troia cerca das 18h30, em direção ao Hospital do Outão, onde se dedicou uma súplica especial aos doentes, para que a santa lhes restitua a saúde.

A imagem de Nª Srª do Rosário de Troia foi transportada pela embarcação “Filipe e Pedro”, com diversas entidades a bordo, incluindo o Bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, o presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa, entre outros.

Ao longo das margens do rio, a Virgem foi sendo saudada pelos populares, de todas as idades e crenças, ao som de cânticos e da música da Charanga de Sarilhos Grandes. Numa paragem frente à imagem de Nossa Senhora do Cais, no Jardim Eng. Luís Fonseca, vulgo jardim da beira-mar, o Bispo pediu proteção para Setúbal. “Dai-nos um ano de paz e prosperidade sobre esta cidade e todos os que nela vivem e trabalham!”.

É com lágrimas nos olhos que Ana Cruz ouve as palavras do patriarca. “Isto dá-me alento”, confessa a jovem, lançando flores ao rio e expressando a dor por ter perdido o irmão no mar.

Por outro lado, Carlos Oliveira diz que volta todos os anos à Caldeira para pedir “sorte no mar”, mas desta vez, devido a um problema de saúde, não pôde fazer a viagem. “Mas estou aqui à espera porque a santa nunca me faltou, por isso eu também não posso falhar!”, afirmou, com veemência, enquanto o cortejo passava.

“Isto é lindo de se ver!”, expressou um turista, embrenhado no meio da multidão. “Não conhecia esta tradição e é a primeira vez que estou em Setúbal”, garante Rui Hélio que viu o círio passar “por acaso” e não quis deixar de registar o momento com a sua máquina de filmar.

Para o executivo da Junta de Freguesia de S. Sebastião estas tradições populares devem ser “apoiadas, preservadas e acarinhadas, pois vão ao encontro da nossa identidade, remetendo-nos para as nossas origens”, expressa Nuno Costa, presidente da autarquia, com fortes ligações à atividade piscatória.

O autarca considera a Festa de Nossa Senhora do Rosário de Troia particularmente genuína e com um cariz vincadamente popular que se reflete em todas as vertentes dos festejos, desde os cortejos aos convívios. “Além de ser uma festa feita do povo para o povo, vivida de forma muito sentida pela população, é igualmente uma festa com características únicas”, indica Nuno Costa, uma vez que abrange dois concelhos e inclui vários tipos de procissões: terrestre, fluvial, noturna e diurna.

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