Mais de uma centena de pessoas participou, no dia 25 de março, na Caminhada do Dia Internacional da Mulher, promovida pela Juntas de Freguesia de S. Sebastião e União das Freguesias de Setúbal, Câmara Municipal, Movimento Democrático de Mulheres (MDM), Associação de Atletismo Lebres do Sado e São Domingos Futebol Clube.
Os participantes, divididos em dois grupos, partiram de dois pontos diferentes da cidade: um na freguesia de S. Sebastião e outro na União das Freguesias de Setúbal, unindo-se junto à Igreja de Santa Maria da Graça. O grupo partiu daí para o Jardim de Palhais onde se realizou um lanche-convívio, servido pelo São Domingos Futebol Clube, seguido de um momento de solidariedade e um apontamento musical.
Em nome do executivo da Junta de Freguesia de S. Sebastião, que acompanhou a caminhada, Ana Bordeira referiu que o Dia Internacional da Mulher serve para chamar a atenção para “as disparidades que neste momento ainda são tão gritantes e que a todos nos incomodam”. A Secretária do executivo da JFSS fez votos de que “em conjunto e individualmente (porque a mudança começa em cada um de nós) possamos pôr em prática a mudança, para que futuramente a igualdade seja o mote e que estejamos aqui a celebrar, não o dia da Mulher, mas o dia em que somos todos, de facto, iguais nas nossas diferenças”.
A vereadora da Câmara Municipal, Eugénia Silveira, que participou na iniciativa, salientou também a importância de celebrar o Dia Internacional da Mulher. “É importante comemorarmos sempre e lembrarmos a condição da Mulher, tantas vezes desprezada”, assim como “denunciar situações que ainda ocorrem”, contra as mulheres.
À semelhança das edições anteriores, o MDM marcou o evento com uma questão que preocupa a humanidade e que afeta essencialmente as mulheres. Este ano o tema escolhido foi “As mulheres vítimas de tráfico”, um flagelo que assola milhões de mulheres e menores em todo o mundo que são “explorados nos negócios da mendicidade, do trabalho escravo e sobretudo da prostituição”.
Para marcar esta questão, o MDM criou um monumento de solidariedade: uma corrente presa com um cadeado a um arbusto do Jardim de Palhais, como símbolo das amarras das vítimas de tráfico que ficam “prisioneiras da sua liberdade”. No mesmo local foram plantados catos, uma planta que embora bonita, é “áspera e pica”, simbolizando neste caso “a ilusão da procura de uma alternativa à miséria em que vivem, que é muitas vezes o destino do tráfico, para fins de exploração sexual e laboral”.
A manhã de convívio terminou com cantigas e poesia sobre a condição da mulher, pelo agrupamento musical composto por Lena Mendes (acordeão); Isabel Ganilho (declamação) e Jorge Patrício (voz e guitarra).