Museu do Trabalho expõe memórias do alfaiate António Ferrão

“António da Costa Ferrão – alfaiate e artista” é o nome de uma exposição, patente no Museu do Trabalho Michel Giacometti até 10 de fevereiro, que revela memórias e histórias de um artista multifacetado que se dedicou ao ofício da alfaiataria durante 75 anos.

“Visitem esta exposição para perceber melhor esta arte e também para conhecer o que foi a vida deste homem que apesar de não ter nascido em Setúbal, tem orgulho em dizer que é setubalense!”. O convite foi deixado durante a inauguração da mostra, pelo filho de António Ferrão, batizado com o nome do pai, mas celebrizado como Toy.

Na inauguração, realizada no passado dia 8 de dezembro, na presença do homenageado e seus familiares, o cantor Toy partilhou algumas recordações da sua vivência com o pai que afirma ter sido, numa determinada época, “o melhor alfaiate de Setúbal”. O artista protagonizou um apontamento musical, acompanhado pela sua guitarra, num momento que juntou nostalgia com rasgos de bom humor.

A exposição resulta da doação de um conjunto de fotografias, documentos e artefactos ligados à arte da alfaiataria, pelos filhos, Toy e Maria Leonor, que mostram orgulho no seu pai que completou 94 anos em setembro. “O meu pai é um exemplo de honestidade, mas também de ousadia, porque lutou, na década de 50, por um amor, contra uma sociedade conservadora.”, revelou a filha do antigo alfaiate.

A alfaiataria era o seu ofício, mas António Ferrão dedicou-se igualmente à música, tocando vários instrumentos, desde guitarra elétrica a violino, passando pelo contrabaixo, banjo e viola-baixo acústica, integrado em conjuntos de bailes, orquestras e grupos de cantares. Foi no âmbito desta sua faceta que colaborou, nos últimos anos, com o Grupo de Cantares Sénior “Tradições”, da Junta de Freguesia de S. Sebastião, que fez questão de atuar na inauguração. “Essa foi a última atividade em que participou e foi muito importante para ele” – indicou Maria Leonor, salientando que o grupo “contribuiu muito para a felicidade do meu pai!”.

Além dos apontamentos musicais, a iniciativa contou também com declamação de poesia, por José Raposo, e partilha de episódios vividos por Vítor Gaspar, que também se dedicou à arte milenar da alfaiataria durante mais de meio século.

Pelas mãos da vereadora da Câmara Municipal, Eugénia Silveira, os filhos do homenageado receberam duas fotografias de António Ferrão: uma no seu atelier, acompanhado pela esposa Leonor e pelas suas costureiras; e outra no seio do conjunto musical Flórida, no qual tocava viola elétrica e violino.

Livros de medidas e de alfaiataria, alfinetes, dedais, fitas métricas, giz, ferros de engomar e claro, uma máquina de costura, são alguns dos objetos e instrumentos que poderá encontrar na exposição que pode ser visitada, até 10 de fevereiro, de terça a sexta-feira das 09h30 às 18h00 e ao sábado e domingo das 14h00 às 18h00.

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