Gerações partilham experiências sobre afetos

Cerca de trinta seniores e mais de duas dezenas de crianças participaram num encontro intergerações sobre “O namoro de ontem e de hoje”, que se realizou no Dia dos Namorados, no auditório Germano dos Santos Madeira, em São Sebastião.

Numa tarde bastante animada, duas gerações, separadas por cerca de seis décadas, partilharam as suas experiências sobre o namoro, o romance e o amor em geral. A iniciativa, promovida pelo ICE – Instituto das Comunidades Educativas, do Grupo Envelheseres, contou com a participação de seniores do Projeto Sénior Tradições, desenvolvido pela Junta de Freguesia de São Sebastião, e do Centro Comunitário de São Sebastião, assim como crianças de uma turma da EB1 Nº 8 do Bairro da Conceição e de participantes do Projeto Pro Infinito e Mais Além.

No início do encontro, o presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião deu as boas vindas a todos e explicou o objetivo do encontro que “visa a partilha de experiências e saberes. Os mais novos trazem as suas perspetivas em relação às questões dos afetos e aprendem com os mais velhos, que têm muitas histórias para contar e também alguma coisa para aprender com as crianças”, indicou Nuno Costa.

Sobre a importância do Dia dos Namorados, as crianças, dos 7 aos 8 anos de idade, expressaram que “é para dar beijinhos e arranjar namorado” e que “serve para podermos celebrar o nosso amor e declará-lo a outra pessoa”. No entanto, também houve quem desse uma resposta mais elaborada sobre a origem desta data, inspirada na história do bispo Valentim que celebrava casamentos em tempo de guerra, contrariando a vontade do imperador. Uma narrativa que passou de pais para filhos.

A conversa deslizou depois para o lado dos idosos, com idades desde os 62 aos 93 anos, que explicaram como era o namoro na sua época. Sucederam-se os relatos de namoros à janela ou à porta de casa, às escondidas atrás das árvores e beijinhos à sucapa. “Antigamente as famílias não deixavam os namorados andar sozinhos”, explicou às crianças Manuela Correia, do ICE, que conduziu o encontro.

As crianças ficaram também a saber que durante a Guerra Colonial, muitos jovens iam para África e os namoros faziam-se por carta. Lurdes, uma das seniores, mostrou alguns aerogramas de amor, escritos em verso pelo seu antigo namorado, atual marido há quase 50 anos.

Muitos dos pais das crianças conheceram-se na escola: “eram da mesma turma e começaram a namorar. Nos intervalos andavam aos beijinhos”, partilharam os petizes. “Hoje em dia já não precisamos namorar às escondidas, mas às vezes há adolescentes que mentem aos pais e saem para ir namorar”, concluíram.

Sobre a importância do amor os alunos revelaram que “é importante para ter filhos, ficarmos contentes e convivermos melhor” e enumeraram várias formas de amor: desde o amor do cônjuge/namorado ou namorada, ao da família, entre amigos, para com os animais e para com Deus.

No final, tanto idosos como crianças mostraram-se satisfeitos. Uns por reviverem o passado e partilhá-lo com os mais novos, outros por terem ouvido e aprendido com as histórias dos mais velhos.

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