Restauro de peça escultórica «Mulher Azul»

A peça escultórica da «Mulher Azul», sita no espaço verde entre a rua Zófimo Ramos Luz e a avenida Bento de Jesus Caraça, foi integralmente repintada na sua cor original, após ter sido, mais uma vez, alvo de atos de vandalismo.

Mais conhecida como «Boneca Azul», a figura decorativa foi novamente pintada pela Junta de Freguesia de S. Sebastião, restaurando-lhe a sua beleza original, após ter sido conspurcada com ‘tags’.

Considerando que as obras de arte pública devem ser respeitadas e preservadas, a autarquia executou o restauro, numa lógica de valorização do património artístico local, uma vez que aquela escultura contemporânea, tal como outros elementos decorativos urbanos que pontuam o espaço público, integra o património artístico da freguesia e do concelho.

Intitulada «La Femme Bleue», ou seja, «A Mulher Azul», esta peça escultórica, de valor simbólico, foi idealizada e concebida por Edgar Cappellin, um cenógrafo parisiense que viveu em Setúbal nas décadas de 1970/80, época em que colaborou com o TAS – Teatro Animação de Setúbal.

Inspirado pelo rio Sado e pela serra da Arrábida, o artista francês esculpiu, em ferro e cimento pigmentado, um corpo feminino, nú e sem rosto, sentado no solo da Arrábida, numa pose contemplativa do rio Sado, cujo intenso azul se reflete na escultura.

Curioso é o facto de que esta escultura, marca identitária da nossa cidade, permaneceu no exterior da habitação do seu autor, numa das colinas da serra, durante cerca de 5 anos. Apenas em 1981, quando o artista regressou a França, a estátua conheceu a sua morada atual, tendo sido oferecida à Comissão de Moradores do Bairro Pote D'Água, mais conhecido como «bairro da boneca».

Provavelmente esta história é desconhecida de grande parte da população, mas é importante conservar estas memórias coletivas, assim como as expressões artísticas materializadas nas várias estruturas decorativas, de traça contemporânea, que existem no nosso território.

A arte moderna pode ser imponente, bela, original e pode causar sentimentos de choque, repulsa, atração ou deslumbramento, mas o seu objetivo é precisamente fazer sentir e transmitir uma mensagem de forma abrangente. Apelamos, por isso, a que sejamos todos observadores e respeitadores desta arte, independentemente da sua apreciação individual.

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