Um eclético programa cultural, organizado pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS/ AMRS), pela Junta de Freguesia de S. Sebastião - Freguesia du Bocage, e pela Escola Básica Hermenegildo Capelo, assinala o 150.º aniversário da Estátua de Bocage, valorizando e divulgando o legado do progressista poeta sadino.
“Bocage o poeta da Liberdade. A construção da memória nos 150 anos do Monumento a Bocage” é o título do programa cultural que, a propósito do aniversário da inauguração da estátua erguida a Manuel Maria Barbosa du Bocage, na praça com o seu nome, visa contribuir para uma nova visão da obra e vida do poeta, libertando-a de estereótipos deturpadores da sua verdadeira essência.
“Desmistificar Bocage, desvendar a sua faceta de homem culto, intelectual, cidadão responsável, ativo e militante pela liberdade, contrariando a perspetiva de que era um libertino”, é, de acordo com a diretora do MAEDS, um dos principais objetivos deste ciclo de eventos, que decorre entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022. Joaquina Soares caracteriza o poeta como “um revolucionário que defendeu os ideais da revolução francesa: liberdade, igualdade e fraternidade, pelos quais foi perseguido e encarcerado”.
Considerando que o território de S. Sebastião foi berço de Bocage, a Junta de Freguesia aceitou imediatamente o convite do MAEDS para participar na organização do projeto, assumindo um “papel relevante”, indica a diretora do Museu, que elogia a “forma muito interessada e participativa” como o executivo acolheu a ideia. Além de apoiar a organização e divulgação do programa cultural, a JFSS contribui com apoio logístico, cedência de transporte e cedência do Auditório Bocage para algumas atividades e espetáculos.
“A figura de Bocage é o elemento identitário mais forte da nossa freguesia e procuramos todas as ocasiões para homenagear e divulgar o seu legado”, justificou Nuno Costa, presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião (JFSS). “Esperamos que este programa, que conta com o nosso apoio e colaboração ativa, com cunho científico do MAEDS, ajude a dar a conhecer melhor, junto de diversos públicos, a verdadeira dimensão de Bocage, como elemento disruptivo na sua época, muito para além da visão pandega e popularucha que lhe é atribuída e reforçada ao longo dos tempos”, esclarece o autarca que compõe a comissão organizadora do projeto, ao lado do professor e investigador António Chitas, da arqueóloga Joaquina Soares, do bibliófilo José Madureira Lopes e da jornalista Inês Antunes Malta.
Exposições, conferências, espetáculos musicais, cinema, sessões de poesia, visitas e ateliers para crianças são algumas das atividades previstas na iniciativa que pretende ser abrangente, envolvendo as forças vivas da cidade, entre as quais autarquias, comunidade educativa e movimento associativo. O programa completo pode ser consultado AQUI.