Caminhada e ação solidária fecham comemorações do Dia da Mulher

Quase duas centenas de pessoas participaram numa caminhada, no dia 12 de março, promovida pela Junta de Freguesia de S. Sebastião, União de Freguesias, Câmara Municipal, Movimento Democrático de Mulheres (MDM), Associação de Atletismo Lebres do Sado e São Domingos Futebol Clube, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

Além da caminhada, com dois pontos de partida: largo da Junta de Freguesia de São Sebastião (JFSS) e Parque Urbano de Albarquel, que terminou no Jardim de Palhais, a iniciativa contou ainda com uma ação de solidariedade para com as famílias refugiadas, animação musical com as cantoras Carla Lança e Susana Martins, e um lanche proporcionado pelo São Domingos FC.

O presidente da JFSS, Nuno Costa mostrou-se satisfeito com a realização das comemorações promovidas por aquela autarquia, nas quais colaboram cada vez mais entidades. “Juntos somos sempre mais fortes e caminharemos a passos mais largos para a construção de uma sociedade solidária, livre de exploração, de discriminação, efetivamente fraterna e que valorize as mulheres”, expressou o autarca.

“Celebrar o 8 de março é dar voz às mulheres; é exigir que sejam respeitados os nossos direitos; é valorizar as mulheres na sua intervenção contra as desigualdades e discriminações que as afetam na família, no trabalho, no plano social e político; é dizer que as mulheres contam para o desenvolvimento do país e que o país precisa de nós”, expôs Mónica Leitão, em representação do MDM.

Igualmente solidário com a “luta das mulheres pelo mundo e contra as atrocidades cometidas nos cenários de guerra”, o MDM homenageou os refugiados, deixando uma pequena marca de solidariedade internacional no Jardim de Palhais com a colocação de alguns escombros que simbolizam “aquilo que a guerra faz à vida das pessoas”. No entanto, a mensagem transmitida é a de que a guerra não é o fim, assinalando a esperança com a plantação de flores, por elementos de famílias refugiadas a residir em Setúbal.

Num testemunho emotivo, Soleen, uma menina iraquiana refugiada, de 13 anos de idade, explicou, em português, que “os refugiados estão a fugir da guerra e do medo. Viemos para cá à procura da paz e para viver uma vida melhor, longe de guerra. Chegámos cá sem nada e agora estou na escola a aprender a ler e escrever português”, indicou a jovem.

Uma voluntária da Fundação Islâmica de Palmela, Zenóbia Frescata, que tem acompanhado a integração das atuais cinco famílias refugiadas a residir em Setúbal, pediu compreensão pelos refugiados que, por serem muçulmanos têm costumes diferentes dos nossos. “No verão vão ver estas meninas completamente vestidas na praia. Peço que não sejam discriminadas por não terem um fato de banho ou biquíni, porque são crianças que se querem divertir, aprender a nadar e apreciar as nossas belas praias”.

A responsável realçou ainda a necessidade de haver “melhor articulação entre as instituições que os acolhem e as instituições oficiais de cada localidade em que são acolhidos”, por forma a evitar “assimetrias, pontos de stress e descontentamento”.

Por seu lado, Paula Santos, deputada do PCP, defendeu que o governo português deve assumir as suas responsabilidades na questão dos refugiados e considerou “muito justa a homenagem a estas pessoas que se lançaram à procura da paz”, disse, concluindo que o Dia da Mulher é sinónimo de comemoração, “mas é também uma jornada de luta em defesa dos direitos das mulheres”.

De referir ainda que o MDM instalou, no Jardim de Palhais e na Praia da Saúde, dois placards com fotos de Pedro Soares que representam olhares de diversas mulheres, de diferentes etnias e nacionalidades, sob o lema “O olhar das Mulheres conta”.

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