O presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, o presidente e a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, e ainda a vereadora com o pelouro da Mobilidade, ouviram, no passado dia 24 de setembro os relatos dos utentes dos transportes públicos, numa sessão organizada pelas autarquias no Auditório Bocage.
Durante mais de duas horas e meia, largas dezenas de pessoas demonstraram a sua insatisfação para com o serviço de transportes, queixando-se de incumprimento de horários, supressão de autocarros, ausência de informação por parte da operadora e falta de respostas às reclamações apresentadas, entre outras situações dramáticas
O debate, promovido pela Câmara Municipal e pelas juntas de freguesia, inclui-se num conjunto de cinco a realizar com a população em todas as freguesias do concelho, com o objetivo de, por um lado, “esclarecer a população sobre o que está a acontecer e encontrar caminhos para pressionar a empresa a fazer rapidamente o que tem contratualizado para o concelho”, explicou o presidente do município, André Martins. E, por outro lado, servem para que os autarcas tomem conhecimento da verdadeira dimensão do problema que está a afetar a população que utiliza o transporte público.
Para o presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Nuno Costa, os incumprimentos da Alsa Todi, operadora responsável pelos transportes públicos coletivos no concelho, “chegaram a um ponto limite”, razão pela qual são necessárias “ações mais musculadas”, disse, recordando que a Câmara Municipal já fez vários pedidos de informação e ultimatos junto da operadora, mas sem sucesso.
O autarca revelou que as autarquias do concelho chegaram a perguntar à Alsa Todi o que não consegue cumprir para perceberem se podiam ajudar a empresa de alguma forma. No entanto, “não temos respostas. Por isso, decidimos convocar a população para pedir que nos ajudem a resolver este problema muito sério que afeta a vida das pessoas, quer os que precisam de se deslocar para o trabalho e para as escolas, quer os que, por direito, se deslocam por lazer.”
Nuno Costa indicou que os municípios fazem “um investimento brutal” para que os utentes possam ter acesso a passes mais baratos e a mais transportes, o que considera ser incompatível com “o mau serviço que está a ser prestado”.
O último pedido de esclarecimentos feito à empresa pelas autarquias do concelho com a entrega de uma carta nas instalações da Alsa Todi, no dia 12 de setembro, voltou a ser infrutífero, razão pela André Martins considera que está na hora de tomar medidas adicionais. Neste sentido, o autarca apelou à participação da população numa ação de protesto a ter lugar no dia 1 de outubro para exigir que a Alsa Todi cumpra com o que está contratualizado para o transporte público rodoviário no concelho. A concentração está marcada para as 10h30 na Praça Vitória Futebol Clube, junto do Estádio do Bonfim, seguindo depois para o Interface de Transportes de Setúbal. “Esta é a forma mais eficaz de pressionar a empresa neste momento. Por isso, apelamos à mobilização de todos para estarem connosco nesta iniciativa”, revelou o edil.
Uma das principais preocupações da autarquia diz respeito à garantia de transporte público para 1400 alunos do 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário que têm de deslocar-se diariamente para as escolas. Para minimizar os problemas no transporte escolar, a Câmara Municipal de Setúbal está a contactar outras empresas para conseguir autocarros que efetuem o serviço até a situação com a Alsa Todi estar resolvida.
O ciclo de sessões públicas de esclarecimento e debate com a população continua hoje à noite, às 21h30, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, União das Freguesias de Setúbal, e terminam a 29, quinta-feira, às 18h30, na União Cultural e Recreativa Praiense, freguesia do Sado. Os encontros já se realizaram nas freguesias de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, São Sebastião e Azeitão.
Fonte: CMS