“Mulher Conserveira” no Museu do Trabalho

Um grupo de seniores do projeto Tradições, promovido pela Junta de Freguesia de S. Sebastião, e do Centro Comunitário de S. Sebastião, apresentou a peça de teatro “Mulher Conserveira”, nos dias 19 e 20 de maio, no Museu do Trabalho Michel Giacometti.

A encenação, incluída no programa de reabertura daquele espaço museológico, instalado numa antiga fábrica conserveira, simulou um árduo dia de trabalho executado pelas mulheres da indústria conserveira de Setúbal.

A reconstituição incluiu o descarregador, que transportava o peixe da lota para as fábricas; um representante do patronato, e, claro, as operárias que, ao tocar da sirene, corriam das suas casas para a fábrica, onde executavam diversas tarefas, tais como descabeçar, lavar, engrelhar, azeitar, enlatar, encaixotar, etc.

O desprezo dos patrões pelos direitos das trabalhadoras e pela sua condição de mulheres foram salientados na encenação onde uma operária, grávida de 9 meses, era obrigada a trabalhar arduamente, sem poder usufruir de qualquer licença, baixa ou sequer uma pausa para descanso. “Se descansar é-lhe descontado o tempo!”, expressou firmemente o responsável da fábrica, indiferente aos gemidos da mulher, já em trabalho de parto.

O facto das jornadas de trabalho serem longas, chegando às 17 horas diárias, foi igualmente evidenciado pelo grupo, demonstrando que muitas vezes as mulheres eram obrigadas a levar os filhos menores para as fábricas, porque não existiam infantários naquela época.

O teatro, realizado por nove seniores, teve como pano de fundo uma exposição da indústria conserveira, com painéis de excertos de testemunhos de antigas operárias, que foram lidos em voz alta por jovens estudantes, após a encenação, prestando assim homenagem às “mulheres da fábrica”.

“É com grande respeito que acolhemos esta iniciativa”, afirmou Lucinda Costa, técnica do museu que deu as boas vindas aos participantes e ao muito público que assistiu ao teatro.

O programa no dia 19 incluiu ainda um momento musical protagonizado pelo Coro Sénior do Centro Comunitário São Sebastião e, no dia 20, a animação musical ficou a cargo do Grupo Sénior de Cantares Populares de São Sebastião.

Ainda no dia 20, o Museu do Trabalho recebeu uma conversa sobre a origem do Yoga do Riso que contou com a participação de Fernanda Pacheco, técnica da Junta de Freguesia de S. Sebastião e líder desta prática.

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