O espetáculo de poesia e música “Doce Liberdade”, criado pelo PICA - Projeto de Intervenção Cultura e Artes levou mais de uma centena de pessoas ao Auditório Bocage, no passado dia 29 de abril, evento promovido pela Junta de Freguesia de S. Sebastião, em parceria com o MAEDS - Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal e o Rotary Club Setúbal.

Integrado nos programa de comemorações do 25 de Abril, “Doce Liberdade” navegou por entre poemas de amor e de liberdade da autoria de diferentes poetas, de diversas épocas, com destaque para a poesia de Manuel Maria Barbosa du Bocage, um dos símbolos da freguesia de S. Sebastião que dá nome ao auditório recentemente edificado pela autarquia, como recordou Luís Matos, membro do executivo da Junta de Freguesia.

Dando as boas vindas a todos, o autarca salientou que o Auditório Bocage “reflete os valores de Abril, na medida em que foi construído para servir toda a comunidade. Desde que foi inaugurado, há um ano, tem servido exatamente esse propósito”, referiu, revelando que aquele equipamento tem sido “muito requisitado e cedido, de forma inteiramente gratuita às forças vivas da cidade”. Considerando que se trata de “uma mais valia” para a comunidade, o vogal expressou a satisfação do executivo da Junta de Freguesia com a concretização daquele investimento.

O evento, organizado pela Junta de Freguesia S. Sebastião, em colaboração com o MAEDS, o Rotary Club Setúbal e o PICA, “pretende ser mais uma forma de promover momentos de fruição junto da comunidade, recordando, através da arte, os valores de Abril e o seu significado”, declarou Luís Matos dirigindo-se à audiência, fazendo votos de que “seja do vosso agrado, que se emocionem, que se divirtam e que também vos desafie a refletir sobre o amor e a liberdade”.

Por seu lado, António Domingos, presidente do Rotary Club Setúbal demonstrou a sua satisfação pela parceria criada que permitiu “a oferta deste espetáculo à comunidade”.

Ao som de belas melodias de autores portugueses, como Sérgio Godinho, Pedro Abrunhosa, ou Salvador Sobral, mas também estrangeiros, como Tom Jobim, The Beatles ou Queen, os artistas João Jacinto, Lúcia Araújo, Romy Petrucci e Sara Loureiro do coletivo PICA, declamaram poemas e prosa poética, acompanhados, ao vivo, pelos músicos João Rocha no clarinete e Torcato Rocha na guitarra clássica.

Numa performance dinâmica, com apontamentos de humor, cruzaram-se poemas de Francesco Petrarca, Manuel Maria Barbosa du Bocage, Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa, Ana Luísa Amaral, Adília Lopes, Mário Cesariny, Daniel Filipe, David Mourão-Ferreira, entre muitos outros autores, tendo como fio condutor o amor e a liberdade, “duas dimensões maiores da essência humana”, refere Sara Loureiro, responsável pela coordenação, pesquisa e conceção do guião do espetáculo.

“Estamos tão gratos por estar aqui convosco”, expressou a artista, apresentando o coletivo PICA, nascido em abril de 2018, e explicando a génese do “Doce Liberdade” criado parcialmente para o projeto “Bocage à Solta” iniciativa realizada em setembro de 2021 na Casa da Baía.

Uma questão transversal a todo o espetáculo, foi múltiplas vezes enunciada pelos artistas: “Se amor não é, o que será?”. No final, a pergunta não ficou sem resposta. Uma voz ergueu-se do público, e clamou a palavra LIBERDADE!

O evento terminou como começou, com o instrumental do tema “All you need is love” (Tudo o que precisamos é amor), desta vez entoado em uníssono pelo público que brindou o PICA com uma ovação de pé.