O presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião participou num encontro de reflexão sobre a interculturalidade, promovido por uma turma de alunos de 7º ano da Escola EB 2,3/S da Bela Vista, no âmbito da disciplina de Educação para a Cidadania.
Durante o encontro, que decorreu no passado dia 21 junho, por videoconferência, o presidente Nuno Costa abordou, a convite da escola, o tema das relações interculturais, do diálogo e do respeito pela diversidade, respondendo de seguida a algumas pertinentes questões colocadas pelos alunos.
O autarca agradeceu o convite e elogiou a iniciativa de abordagem de “um tema tão atual e importante que deve ser debatido e aprofundado, para combater os fenómenos da intolerância, do racismo e da xenofobia”. Expressando que “os movimentos migratórios nos enriquecem, devido ao contacto com outras culturas, costumes e tradições ao nível por exemplo, da gastronomia, da dança, da música, da religião, etc.”, Nuno Costa explicou que “só o contacto próximo com essas diferenças nos permite compreender outras formas de estar na vida”.
Para além da riqueza cultural, o presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião indicou igualmente vantagens demográficas e económicas, nomeadamente na manutenção do equilíbrio necessário entre as contribuições da população economicamente ativa e os gastos públicos com pensões de velhice que têm vindo a aumentar. “Os problemas de desenvolvimento do país e da sustentabilidade do sistema de segurança social, causados pelo envelhecimento da população, podem ser atenuados através da dinâmica migratória que, genericamente, inclui pessoas jovens que vêm trabalhar, permitindo reequilibrar a economia do país”, revelou o autarca.
Respondendo às inquietações dos alunos sobre a aceitação e integração dos migrantes e do seu acesso a cuidados de saúde e educação, Nuno Costa referiu que, embora nem sempre estas pessoas sejam bem acolhidas por todos, em termos legais, houve muitas melhorias, permitindo, por exemplo, que o acesso à educação e a cuidados de saúde seja assegurado a todos cidadãos em Portugal, independentemente da sua situação estar ou não regularizada.
“No entanto, todos nós, enquanto cidadãos, somos responsáveis pela integração”, expressou o autarca, apelando às crianças para que “sejam agentes de promoção da igualdade e inclusão destas pessoas que apenas procuram melhores condições de vida”.
Sobre a ação da Junta de Freguesia neste âmbito, o presidente explicou que, embora a autarquia não tenha competências diretas nesta matéria, funciona como um intermediário no processo de legalização, facilitando a transposição de barreiras e criando pontes com outras entidades como o SEF, a Segurança Social, o Centro de Saúde, a Câmara Municipal e o Instituto de Emprego e Formação Profissional. “Somos um elemento facilitador, tanto no esclarecimento e prestação de informação das pessoas, como no seu encaminhamento para as entidades competentes”, esclareceu, realçando ainda a parceria que a Junta de Freguesia mantém com a Câmara Municipal, na promoção da iniciativa “Maio – Mês do Diálogo Intercultural”. Este programa dinamiza um conjunto de atividades que promovem o diálogo intercultural, “celebrando e valorizando o que de melhor essas culturas têm, trazendo-o para a esfera pública, com o objetivo de fomentar a interação positiva entre pessoas com diferentes culturas e perspetivas”.
No final da sessão, Nuno Costa mostrou-se satisfeito por perceber que os alunos estão genuinamente preocupados e sensibilizados para esta matéria e considerou que “as perguntas colocadas denotaram que a temática foi alvo de uma reflexão profunda”, enaltecendo igualmente o trabalho efetuado pelos professores e pela escola que estimula e dinamiza estas iniciativas, contribuindo para a formação cívica dos alunos.