A necessidade urgente de obras na Escola Básica 2/3 de Aranguez motivou a participação de 250 pessoas, incluindo os presidentes da Câmara Municipal de Setúbal e da Junta de Freguesia de São Sebastião, num cordão humano frente àquele estabelecimento de ensino, no passado dia 13 de junho.
Organizado pela Associação de Pais e Encarregados de Educação, com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de São Sebastião, o cordão humano juntou, na entrada principal da escola, alunos, pais, professores, funcionários e autarcas em protesto contra a falta de resolução dos problemas estruturais que afetam o estabelecimento de ensino, sob a tutela do Ministério da Educação.
O presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Nuno Costa, salientou que a escola necessita das obras reclamadas “há muitos anos” e que os problemas estruturais do edifício “condicionam muito” a vida da comunidade escolar e a qualidade das aprendizagens.
“Estas obras são absolutamente necessárias, o que nós reclamamos aqui é muito justo. O que nós queremos é uma escola que tenha todas as condições, portanto queremos saber quais os critérios para a intervenção ser urgente e não muito urgente, queremos que haja uma calendarização para que nós saibamos quando é que a escola vai ser intervencionada”, manifestou o autarca.
“Quando é que esta escola vai voltar a ter uma vida normal? Quando é que os alunos desta escola vão ter as aulas com toda a qualidade, como têm os alunos das outras escolas? Quando é que os pais mandam os filhos para a escola descansados? Nós temos o direito de saber”, indagou Nuno Costa.
No âmbito da transferência de competências da administração central para as Câmaras Municipais na área da Educação, efetivada em 1 de abril de 2022, a Escola Básica 2/3 de Aranguez ficou sinalizada como sendo de intervenção prioritária, por apresentar vários problemas ao nível do saneamento e das caixilharias, a par de infiltrações, possuindo mesmo vários espaços que não permitem uma utilização plena.
“Estamos aqui para exigir a quem tem de tomar decisões que esta escola não continue na situação em que está, de crescente degradação”, disse o presidente da Câmara Municipal. “Esta escola foi identificada, ainda quando estava na responsabilidade do Governo, como uma escola de intervenção prioritária. Até hoje nós não sabemos como é que vai ser feita a intervenção, porque não sabemos qual é o financiamento que existe para recuperar esta escola”, referiu André Martins.
O autarca recordou que o Governo entregou à Câmara Municipal de Setúbal “um conjunto de escolas que estão num processo de degradação”, como a de Aranguez, e questionou-se sobre quando vão ser realizadas as obras.
O presidente da Câmara insistiu que o cordão humano serviu “para exigir que quem tem responsabilidades as assuma” e prometeu continuar a lutar.
A presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, Vivian Vieira, recordou que “a sala de música está interditada”, porque não tem chão, e que no mandato anterior, “com muita luta”, foi possível arranjar o teto “para parar de chover” na sala dos alunos.
“Esta nossa luta é para podermos melhorar e termos melhores condições, tanto para os nossos filhos, como para os professores e os funcionários, para haver uma melhor qualidade de ensino”, afirmou, no final de uma ação que contou com a presença de representantes da COSAP – Federação Concelhia de Setúbal das Associações de Pais.
A coordenadora da escola, Vânia Torres, recordou que os alunos e professores precisam “de trabalhar e estudar com dignidade”, pelo que “é muito importante que chegue junto do Ministério da Educação o caso de extrema urgência” que representa este estabelecimento de ensino.