O Espaço Enogastronómico da Feira de Santiago recebeu, na noite de 27 de julho, uma demonstração promovida pela Junta de Freguesia de São Sebastião, em parceria com a Associação Famílias do Mar, a convite da Câmara Municipal de Setúbal.
Caldeirada à pescador e massinha do caldo foram os pratos tradicionais que os mais de vinte comensais tiveram a oportunidade de provar no showcooking dedicado à Junta de Freguesia de São Sebastião.
“Entendemos que é também nossa missão valorizar as nossas tradições e a nossa identidade, e é isso que trazemos aqui hoje!”, afirmou o presidente da Junta de Freguesia, Nuno Costa, no início do evento, aberto à participação de todos mediante inscrição.
O autarca justificou que, embora São Sebastião seja um território multicultural, o que comporta muita da sua riqueza, considerou-se que “fazia mais sentido trazer um elemento que está mais enraizado nas gentes da nossa freguesia”, disse, recordando que a freguesia “é um território de pescadores”.
Uma caldeirada de peixe, com características especificas da região, foi o prato escolhido, não só por integrar a identidade sadina, mas também por ser um petisco que “toda a gente pode aprender a fazer, até porque temos acesso a peixe fresco com facilidade e qualidade para fazer um prato semelhante”, expressou Nuno Costa.
Armando Oliveira, presidente da associação e da Comissão de Festas de N.ª Sr.ª do Rosário de Troia, agradeceu o convite endereçado pela Junta de Freguesia de S. Sebastião e pela Câmara Municipal de Setúbal para participar no encontro e evidenciou que a caldeirada é um prato típico da região que incorpora a tradição gastronómica das festas em honra da Santa padroeira dos pescadores.
Este ano, as festas que decorrem entre Setúbal e Troia realizam-se de 19 a 21 de agosto. “Esta é uma festa enraizada nos pescadores e que Setúbal não pode perder”, afirmou o dirigente, convidando os participantes a conhecer os festejos, disponibilizando para o efeito um autocarro gratuito que faz a ligação entre o cais do catamarã e a Caldeira de Troia.
Por seu lado, Nuno Costa salientou o aspeto singular do círio fluvial, com as embarcações engalanadas que transportam as imagens dos santos. “É uma procissão extraordinariamente bonita que vale a pena observar”, assegurou.
Confecionada por vários elementos da Associação Famílias do Mar, a iguaria foi preparada perante os convivas, numa partilha que incluiu curiosidades da cultura marítima, troca de experiências e histórias de vida. Camadas de azeite, cebola, alho, pimentos, tomate, batata e peixe sucedem-se dentro do tacho, numa “cama” onde ainda couberam os temperos, a água e o vinho branco que apuraram os sabores no lume. Após esvaziar o tacho, o caldo excedente foi aproveitado para cozer uma massinha, aromatizada com hortelã.
Os petiscos foram acompanhados pelo vinho branco da Quinta de Alcube, composto pelas castas nativas portuguesas Fernão Pires e Moscatel Graúdo que formaram uma bebida muito frutada e límpida, combinando harmoniosamente com os dois pratos servidos.
No final, o presidente da Junta de Freguesia mostrou-se satisfeito pela iniciativa e agradeceu à Câmara Municipal de Setúbal, à Associação Famílias do Mar e a todos os participantes.