Vigília exige melhores cuidados de saúde

Cerca de duas centenas e meia de pessoas participaram espontaneamente numa vigília em defesa do reforço do Serviço Nacional de Saúde, que decorreu na noite de 17 de novembro, frente ao Hospital de São Bernardo, na qual marcaram presença diversos autarcas, entre os quais o Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião.

A iniciativa, que exigiu que os serviços do hospital e centros de saúde dos concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra funcionem em pleno, contou com a participação de autarcas, do Bispo de Setúbal, de médicos, enfermeiros e representantes de ordens profissionais e sindicais, assim como de vários músicos que se associaram à ação de protesto.

“Estamos em plena solidariedade para com o compromisso na luta pela reconquista de melhores condições de trabalho, quer ao nível de recursos humanos, quer ao nível de recursos técnicos e estruturais no Centro Hospitalar de Setúbal, situação que infelizmente é transversal a todo o Serviço Nacional de Saúde”, manifestou o presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Luís Matos, que esteve presente na vigília.

Esta degradação dos serviços tem vindo a “avolumar ao longo dos anos e culmina com esta infeliz decadência”, explicou Luís Matos. “Ao longo dos anos tem havido um critério de desinvestimento no SNS. Temos vindo a perder especialidades médicas, principalmente nos serviços de urgência geral, pediátrica, obstétrica e ginecológica, com doentes a serem transferidos para hospitais a largas dezenas de quilómetros, onde supostamente haverá melhores condições”, expôs o autarca. “No entanto o que sabemos é que os recursos que escasseiam aqui, faltam também nos outros centros hospitalares”, concluiu.

A falta de médicos e outros profissionais de saúde, a crescente transferência de verbas do SNS para o setor privado, o encerramento de vários serviços de urgência de pediatria, ginecologia e obstetrícia, entre outros, bem como a ausência de respostas nos centros de saúde, foram apenas algumas das muitas falhas apontadas durante a vigília junto ao Hospital de São Bernardo.

“Ficamos perplexos quando os responsáveis pela gestão do país dizem que não é por questões financeiras que o Serviço Nacional de Saúde não está a funcionar. Então o que é que está a acontecer para que não haja investimento no Serviço Nacional de Saúde para que dê a resposta devida às populações? É falta de vontade política e isso não podemos aceitar”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins.

O bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, foi outra das vozes que se fizeram ouvir durante a iniciativa, convocada pelo Fórum Intermunicipal de Saúde. O responsável pela Diocese de Setúbal apelou a um entendimento entre o Governo e os profissionais de saúde para que estes “se sintam bem e tenham a devida valorização”. Destacando a importância da vigília para que “os responsáveis políticos oiçam os gritos da população pelo direito à saúde”, D. Américo Aguiar garantiu que estará “sempre com a população em todos os momentos em que seja preciso levar mais longe os gritos dos homens e das mulheres da Península de Setúbal”.
 
A concentração, impulsionada pelos presidentes das Câmaras Municipais de Setúbal, André Martins, de Palmela, Álvaro Amaro, e de Sesimbra, Francisco Jesus, através do Fórum Intermunicipal de Saúde, decorreu das 19 horas à meia-noite e contou com atuações de músicos que se associaram à luta por um Serviço Nacional de Saúde de qualidade, como foi o caso de A Garota Não, Sérgio Mendes, Rui David, Tio Rex e Celina da Piedade.

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