Ruas da freguesia recebem nomes de notáveis cidadãos

O executivo municipal, acompanhado pelos presidentes da Junta de Freguesia de São Sebastião e da União das Freguesias de Setúbal, descerrou, no dia 16 de setembro, cinco novas placas toponímicas, quatro das quais no território da freguesia du Bocage, em cerimónias inseridas no programa das Comemorações Bocagianas.

Dimas Soares Lopes Pereira, Jaime Graça, Padre Manuel Marques e Manuel Carlos Casalão Zorro foram as personalidades homenageadas na freguesia de S. Sebastião, enquanto no território da União de Freguesia foi consagrado o ator Fernando Guerreiro.

Perante familiares e amigos dos homenageados, o presidente da Câmara Municipal evidenciou o percurso de cada um e sublinhou a justiça de cada distinção pela ligação destas pessoas à cidade.

Uma rua no bairro Trindade, junto da rua Moinho do Frade, foi batizada com o nome do resistente antifascista, sindicalista e músico Dimas Soares Lopes Pereira. Ao recordar Dimas Soares Lopes Pereira no dia em que este faria 102 anos, André Martins afirmou que, com a cerimónia, era revivido “um tempo de esperança e alegria” em Setúbal e no país, “o tempo de Abril”, lembrando que, além de antifascista e dirigente associativo, o homenageado também foi alfabetizador, músico, sindicalista e revolucionário.

Nascido em Olhão em 1921, Dimas Soares Lopes Pereira viveu durante mais de 40 anos em Setúbal, onde morreu em 2009, após uma vida em que, como lembrou o autarca, foi preso pela PIDE em várias ocasiões, foi professor voluntário, tocou com Zeca Afonso, colaborou com vários grupos de teatro, foi membro do PCP e funcionário do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas do Sul.

Na zona da Praça de Portugal passou a haver uma rua com o nome do antigo futebolista internacional Jaime Graça, “uma referência incontornável” da cidade, “onde continuam a viver a sua esposa e os seus filhos, que, tal como ele, continuam também a nutrir notável paixão pelo Vitória”.

André Martins destacou a “longa e notável” carreira futebolística de Jaime Graça, “um setubalense de corpo e alma” que nasceu em 1942 e representou o Vitória Futebol Clube e o Benfica, onde foi várias vezes campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal. “Mesmo distante, sempre amou a sua cidade e soube passar esse amor aos seus descendentes”, disse, recordando o antigo médio, falecido em fevereiro de 2012.

Ainda na zona junto à Praça de Portugal foi feita uma homenagem “absolutamente merecida” ao Padre Manuel Marques antigo capelão do Hospital de São Bernardo e primeiro vigário-geral da Diocese de Setúbal – ao longo de 17 anos –, com o bispo D. Manuel Martins, que deu o seu nome a uma praceta.

O edil afirmou que o Padre Manuel Marques, falecido em 22 de fevereiro de 2007, foi igualmente um “homem ligado à imprensa”, tendo fundado “vários jornais e boletins”, esteve ligado ao voluntariado no Hospital de São Bernardo e “foi um rebelde perante todas as forças de opressão, nomeadamente a censura prévia”.

Na zona das Escarpas de Santos Nicolau existe agora uma Rua Manuel Carlos Casalão Zorro, em homenagem a “um homem que deixou uma marca indelével na música setubalense”, um exemplo “dos muitos que amaram a sua terra e a ela quis dedicar-se, escolhendo a música como pano de fundo para mostrar o seu amor” pela cidade.

O presidente da Câmara recordou que o compositor e músico, nascido em 1949 e falecido em dezembro de 2020, integrou “vários conjuntos musicais de que muitos ainda se lembrarão por terem sido os animadores de muitos bailes e festas em que participaram”, nomeadamente Zulus, Contágio e Conjunto Típico Xico da Cana. “Foi notável intérprete de guitarra portuguesa”, participou nas Marchas Populares de Setúbal, “que venceu em 2004 como letrista, numa composição com música de Artur Jordão”, dirigiu o coro da Associação de Socorros Mútuos e colaborou com a Câmara Municipal “em vários projetos, entre os quais a edição de dois discos das marchas e a composição do tema ‘A Maia Bela Baía’”, referiu o autarca.

Já na União das Freguesias, o largo por trás do Convento de Jesus recebeu o nome do ator e encenador Fernando Guerreiro. “Falar de teatro em Setúbal significa, obrigatoriamente, recordar o nome de Fernando Guerreiro”, afirmou André Martins, revelando que perpetuar o nome do ator num largo da cidade é também “uma justa homenagem ao teatro e a todos os que se dedicam de corpo e alma a esta nobre arte”.

O autarca recordou a paixão com que viveu Fernando Guerreiro, nascido em 24 de novembro de 1938, em Setúbal, e falecido em 28 de agosto de 2013, “assumindo plenamente a sua liberdade e o seu amor pela sua cidade, mas acima de tudo a sua paixão pelas artes de palco”.

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